quarta-feira, 12 de março de 2008

- PATROCÍNIO AMIGO -

Revirando minha caixinha de sapato 22,5X30cm bege – bege pq foi branca um dia – resgatei muitas memórias, reli algumas cartinhas de amor e pude reviver muitos dos momentos q passei desde a época do primário até as quase-atualidades...

Parêntese: (in)felizmente observei, também, dos recadinhos dos coleguinhas da classe, o quanto eu era chata! Sério mesmo.
Eles diziam:
“Ale (naquela época ainda era Ale), apesar de vc ser chata, brigar pra jogar futebol e pra deixar a janela aberta no frio, nós gostamos de vc”...
E constatar, depois de anos, q só continuo brigando por causa da janela, é até q engraçado...
“Ale, apesar de vc ser chata, te amamos”...
Hoje me divirto, pq tenho muitos desses caros amigos perto de mim e pq chato seria se fosse ao contrário.
Pq daquilo sou isso.
E melhorar é treino...
Evolução né?
Fecho o parêntese.

Enfim... foi muito bom relembrar tais coisas, só q desta vez, o q me chamou atenção naquela caixinha foi o tal do PATROCÍNIO AMIGO que inventei. Datado de agosto de 2003, foi um momento marcante em minha vida. Minha astúcia. Robusto empenho. E tocá-lo, atualmente, e pensar q fui capaz de executar algo pra tentar ir atrás do q eu teria ainda q descobrir do q gostava e qual era o meu verdadeiro dom pra fazer algo na vida (?), me traz uma satisfação imensa.

Um simples toque de algum magistral, mais ou menos assim: eu transitava da área de humanas, adEvogada, para a da arte, felizzz.

Lembro q naquele dia tive um frio na barriga quando, antes de dormir, tive a pomposa idéia do que viria a ser o patrocínio amigo. A força de vontade de ir atrás de um sonho me fez transpassar todo o tipo de barreira. É incrível como tudo depois acontece, se desenrola... E foi assim que criei, desenvolvi, furei o dedo e fui atrás de patrocínio! E, claro, sobrou pros amigos...




EU costurei mais de 100 mini-camisas. Era chaveiro e porta-treco junto. “Camisinha” linda, bem acabada e útil. 3 em 1. Digo 4 em 1... O quarto era o dindin, q eu acabei nem juntando muito para ir atrás daquela aspiração.

E essa era a parte divertida do patrocínio, a bufunfa! Arrecadava o dinheiro com uma mochilinha ao qual eu prendia, com velcro, nas minhas costas. Eu não via a quantidade de dinheiro q os patrocinadores depositavam. E era esse o intuito: a pessoa me patrocinava com o q ela queria/podia e eu – uma simples mortal, com EGO, mercenária, interesseira – não queria confundir e julgar o verbo “incentivar” com a mesquinharia de “FDP só me ajudou com essas moedinhas?!?” ...é aquele fiozinho tênue, sabe?

Saia atrás dos amigos, pelos bares e casas da cidade, incrementada com o kit: mochilinha, camiseta bordada, sorriso no rosto e sonho, até então incógnito, piscando do meu lado direito uns 60cm e a 45º da cabeça e, a cada patrocinada amiga, o via sempre mais pertinho de mim. PLIM!

Pra se ter uma idéia, num final de semana e num bar chacota de SP, me lembro q cheguei a arrecadar uns 300 reais, várias moedinhas e a certeza de q é muito bom ir atrás de alguma coisa q eu iria gostar mais daquilo q eu andava fazendo. Nem master-card aqui viu!

VIXI MARIA! Quase-quase viciei em viver de patrocínio... Por-pouco-muito-pouco.

Só q aquele ventinho – o patrocínio – só direcionou meu barquinho. Ele foi o impulso, aquela força de vontade para eu velejar looonge, contente, firme no leme q meu coração dizia tranquilo...

Amanha poderá nascer o sol ou chover, não se sabe. Um mar revolto, muitas ondas ou eu ficar numa lagoa, de boa, só curtindo e contemplando... Voltar advogar?? hummm... Também não sei. Só q aos patrocinadores daquela época só me resta uma coisa pra dizer:

OBRIGADA por entrarem de gaiato no meu navio!

E pó deixar q as batatas do porão eu mesma as descasco...

...

Nenhum comentário: